A escrita, por si, por vezes, surge qual necessidade fisiológica: eliminação de toxinas. Os sentidos, inconscientemente codificados, obedecendo ao impulso, desprezam forma, organização e conteúdo, expressam-se, simplesmente. No caminho perde-se clareza - lapso de compreensão fragmentária. Dilema: como enquadrar a intuição nos limites da coerência?
São tantos e variados os tormentos, os anseios, solavancos. Atrasos e avanços. Tão transitórias as convicções. Mudanças repentinas, imprevistas, de percurso. Parece mesmo impossível permanecer o mesmo, preservar uma identidade.
E sendo outro a cada passo, como saber qual dentre os que já fui seria juiz mais legítimo: se o eu presente, retrilhando os tropeços do passado; se um dos eus antigos que, sem saber do que seria, resguardava ao menos a inocência em potencial do passo ainda não dado.
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