- Se você tivesse direito a apenas um desejo nesse momento, o que você pediria? - ELE falou.
- Minha mãe falou para eu não falar com estranhos. - Incrédulo, respondi.
- Eu sou anterior ao estranhamento, Sou a condição da existência, Sou a possibilidade de conhecimento, Sou a imagem abstrata da certeza de que o mundo continua lá quando você fecha os olhos. - Soaram as trombetas celestiais.
- Ah, tá.
- Então, diga lá qual seria seu desejo.
- Tá bom. Vale qualquer coisa, né?
- Tudinho. - Assegurou-me o Criador.
- Olha, uma coisa que eu queria era não perder minha memória depois que eu morresse. Eternamente reinterpretando minha existência, e sem corpo físico, seria como viver de novo para sempre.
- Interessante.
- E aí? poderei viver esse sonho consciente pela eternidade?
- Não.
- Porra, então porque Você perguntou?
- Sei lá, curiosidade.
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