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25 outubro 2011

General Materazzi - Fragmento # 7 - Sobre a distinção entre legalidade e ética

"Num sistema político que o Legislativo corrompe, antiético é respeitar as leis".

25 março 2011

General Materazzi - Fragmento # 8 - Sobre o peso da palavra proferida

Não nega teus defeitos; afirma, antes, tuas qualidades.

"Pois toda palavra possui seu peso intrínseco, e algumas perduram na memória, associadas à tua imagem, ainda que, antes dela, tenhas usado um advérbio de negação.

Assim, para tua reputação, é mais proveitoso dizer "sou honrado", em lugar de 'não sou um maldito cretino', pois o peso do adjetivo perdura, enquanto o resto da sentença se perde. Pesa, portanto, com astúcia e cautela, a densidade do teu discurso.

Considerando o trato social, quando teu intuito é o galanteio ou a reverência, ressalta diretamente as melhores características de teu interlocutor. Será sempre mais elogioso dizer 'és linda' do que 'estás longe de ser horrenda'.

Uma vez ciente do impacto de tuas palavras, nos momentos de embate velado, podes utilizar a teu favor a elegante estratégia da negação de uma injúria, de forma que teu discurso, ainda que não completamente isento de cinismo, uma vez transcrito, não contenha acusações objetivas (para as quais sobre ti recairia o ônus da prova).

Desta forma, caso pretendas ofender sem comprometer-se com a afirmação do teu desprezo, podes dizer algo como: 'Nunca amaldiçoei o instante do vosso nascimento, nem vos considero um filho da puta asqueroso'".

30 agosto 2010

General Materazzi - Fragmento # 6

"Maquiavel ensina: o mal à vista, o bem parcelado".

General Materazzi - Fragmento # 6 - Sobre o respeito

"Respeitável não é o inofensivo, mas quem se vale, com justiça e parcimônia, de sua malignidade".

21 março 2010

General Materazzi - Fragmento # 5

Se não sabes fazê-lo, saiba quem sabe
"Um bom motivo para não afirmar de pronto a tua incapacidade para realizar uma tarefa que te foi solicitada reside no fato de que, ainda que não sejas capaz ou não desejes realizá-la pessoalmente, talvez haja, entre os de tua confiança, alguém a quem poderias delegar tal tarefa e que a realizaria de bom grado, ou que precise do trabalho.

Desta maneira, se a tarefa for realizada com êxito, a sua realização será em alguma medida associada ao teu nome e, por isto, te serão gratos.

Ao passo que aquele que a realizou, se devidamente reconhecido e pago pelo serviço, será igualmente grato a ti pela oportunidade de demonstrar seus talentos".

07 outubro 2009

General Materazzi - Fragmento # 4

Dize sim ao que não é pra hoje
"Visando preservar tua reputação e a confiança que em ti depositam, convém não recusar uma proposta de trabalho futura, ou negar peremptoriamente hoje um favor que te pedem para amanhã, (e menos ainda se for para semana que vem); Ainda que julgues a tarefa superior às tuas capacidades, ou que não desejes realizá-la.

Pois as circunstâncias e as necessidades mudam com o tempo, de modo que, quando o momento chegue, talvez o serviço não seja mais necessário, não seja mais o mesmo, ou tu estejas impedido de realizá-lo em virtude de outra tarefa igualmente legítima.

Se, por outro lado, afirmas, no ato do pedido, tua incapacidade ou tua indisposição para realizar dada tarefa, diminuirás tua reputação e a disposição alheia em confiar-te tarefas outras, que talvez estivessem mais adequadas às tuas capacidades e ao teu desejo.

Esta reflexão é também aplicável nas ocasiões em que te peçam para lavar a louça de amanhã".

28 setembro 2009

General Materazzi - Fragmento # 3

Pagarás eternamente por tudo que escreveres
"Não escrevas. Se escreveres, não assines. Se assinares, não publiques. A voz, ainda que enfática, pertence ao âmbito das coisas efêmeras.

Filtrada e traduzida pela memória, a fala passada é alvo e terreno das disputas presentes, num jogo de astúcia onde o objetivo é provar, com melhores ou mais numerosos argumentos, ser dono da versão legítima daquilo que 'cada um disse' e 'o que tudo isso quer dizer, afinal'.

No caso da escrita, o crítico tem o benefício da última palavra, o que facilita que ele se distancie na tentativa de apontar os limites da compreensão e as falhas do escritor. O crítico luta contra um adversário estático, embora a princípio desconhecido, e potencialmente hostil.

Ao autor será preciso prever e, antecipadamente, bloquear os possíveis ataques do crítico imaginário que, em última análise, é para quem se dirige o autor ardiloso quando escreve.

Considerando a raridade destas disposições telepáticas e teleológicas, convém falar pouco, escrever menos, assinar excepcionalmente e publicar jamais".

25 setembro 2009

General Materazzi - Fragmento # 2

Mantenha-te vivo
"Dizem os velhos sábios que a maturidade intelectual do ser humano se dá por volta dos 40 anos de idade. Só a partir de então, e cada vez com mais propriedade, poderás, pela autoridade da experiência, proclamar publicamente como dados empíricos aquelas intuições da tua juventude, (mesmo que não as tenha comprovado empiricamente, e é aí que reside o bacana da coisa).

Dá-se que a prova mais inequívoca de vitória na vida é sobreviver, pois ainda que outros tenham, em vida, mais glórias que tu, se estiveres presente ao funeral deles, e não o contrário, serás tu a propor o brinde em memória do falecido".

23 setembro 2009

General Materazzi - Fragmento # 1

Quando se devem ignorar as Leis
"Em minha juventude fui um árduo legalista, enojando-me de toda subversão. Movia-me a constatação de que a Lei, ainda que injusta ou imprecisa, é una e, sendo as consciências individuais múltiplas e transitórias, em se seguindo todos a Lei, sobreviria alguma ordem.

Hoje, porém, com a experiência que adquiri nos meus governos e nos debates legislativos, quando se tratam especificamente da criação da Leis, percebo que as contingências (as mais variadas) muitas vezes se sobrepõem aos princípios e ao valor dos argumentos na determinação dos resultados destes debates.

Igualmente, no caso da modificação de Leis pré-existentes, guiam os legisladores muito menos o respeito a princípios gerais ou estratégias duradouras quaisquer do que os ganhos políticos ou materiais imediatos que esperam receber defendendo tal ou tal posição.

Constatei também, por minha experiência, que abundam as possibilidades de interpretação da Lei no momento de sua aplicação, e que as punições se apresentam mais rígidas ou mais brandas em dependendo do infrator e de sua estatura social.

Por isso, hoje defendo que, estando em conformidade com um princípio mais universal que aquele descrito em Lei, um cidadão se julgar no direito e no dever de transgredir o texto desta Lei, não deve hesitar em fazê-lo.

Para que não seja mal interpretado, enfatizo a condição sine qua non de estar subsidiado por este princípio mais abrangente no momento da transgressão, senão, também, fica fácil".

21 setembro 2009

Escritos Políticos do General Materazzi - ou Como alcançar a glória sem sujar as ceroulas

APRESENTAÇÃO
Pouco se sabe ainda da biografia do General Materazzi. O único ponto pacífico entre os estudiosos e pesquisadores parece ser o reconhecimento de que ele poderia ter sido tudo o que desejasse, desde que tivesse aprendido a usar corretamente as calças e trocasse o capacho da sua porta que dizia em várias línguas "SUMA DAQUI".

Contemporâneo de pensadores como Maquiavel, Da Vinci e Guicciardini, o General Materazzi reluz entre os mais renomados intelectuais de sua época. Formou-se em direito em 1498 e já em 1507, aos 27 anos, iniciou sua carreira meteórica no Exército, tendo posteriormente ocupado os cargos mais prestigiosos no governo de Florença.

No final de sua vida, Materazzi largou todas as glórias para se tornar animador de festas infantis numa cidadezinha fictícia no sul da Itália. Passou a morar, então, numa casa enorme e cheia de livros, embora não soubesse ler em nenhuma língua, a não se uma que ele mesmo inventara, mas que caiu no desuso depois que sua tartaruga de estimação morreu.

Mesmo analfabeto, sua produção literária foi extensa e permanece atual até os dias de hoje, ou pelo menos até a semana passada. Seus "Escritos Políticos" foram influentes e, segundo alguns autores, decisivos para os acontecimentos de 11/9 (BIAL, 2000). Fato este curioso, pois ele nunca publicou nada, e tudo que escrevia jogava para suas galinhas, ainda que elas tivessem algumas ressalvas quanto ao seu estilo demasiado aforístico.

Esta série se dedicará à publicação de fragmentos selecionados da sua obra prima "Escritos Políticos do General Materazzi - ou Como alcançar a glória sem sujar as ceroulas".