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10 novembro 2011
25 outubro 2011
Perto disto, o resto é nada.
Em relação ao que era, talvez, mas comparando com o que já foi, certamente.
13 março 2011
20 janeiro 2011
14 maio 2010
se soubesse por onde ando, não teria chegado até aqui
Sabe o cansaço de conforto ser o fato de que quem quer que fale de você fala sem saber do que está falando?
17 março 2010
o escrito é do caderno, o falado é de quem ouve
Pra quem vem perguntar, eu digo que é mentira. Quem tava lá já sabe que aconteceu.
25 janeiro 2010
não queria mais falar de(s)culpas
É tão grande o medo de mais tarde ser cobrado por mim mesmo, mais velho, pelos erros que não cometi nestes momentos que deixei passar que, às vezes, é preciso cometê-los todos de uma vez, para que essa vozinha insistente se cale por um instante.
Nessa hora, a certeza da morte surge numa espécie de alívio, e a voz que ouço, então, prega a ausência de todos sentidos, de todo arrependimento.
12 janeiro 2010
especulação imobiliária
Me sinto a bola da roleta do cassino, rodando e pagando pra ver em que casa vou parar.
06 janeiro 2010
avisos luminosos cairão automaticamente sobre suas cabeças
"Se me vir falando na primeira pessoa, desconfie. Pode ser um personagem oportunista tentando se passar por mim" - Alceu Dispor.
21 dezembro 2009
visões do mesmo
Fui ao psiquiatra. O cara me deu um questionário pra preencher, com perguntas do tipo "você se sente desvalorizado"?, "já pensou em suicídio"?, etc. Cada resposta "sim" pesava um ponto contra mim.
Nunca fui bom pra perguntas de sim ou não. Pior ainda quando são sobre o que sinto ou o que penso. Também nunca confiei em médicos. "Pensar em suicídio no sentido de algo que eu já vi acontecer perto de mim?, no sentido de um desejo, de uma possibilidade, de uma meta?, no sentido do último reduto do meu livre arbítrio?" - eu pensei, mas não existiam essas possibilidades no formulário. Pensei também se existia alguém que não se sentisse desvalorizado nessa sociedade de consumo. Enfim, foda-se. Sim ou não.
Custou caro a consulta, mas ganhei uma amostra grátis de Prozac. Parecia justo. Já no meio da caixinha, sentia que aquelas cápsulas retardavam meu tempo de reação pra vida. Alguém dizia alguma coisa, e eu tinha uma resposta, mas minha boca demorava a se mover. Era uma forma de evitar a impulsividade (vantagem pros destrambelhados, cujo primeiro ímpeto, em geral, não é o mais brilhante), mas minha mente permanecia ansiosa. Não curti a onda e parei com aquilo antes que aprendesse a gostar.
Em outra ocasião fui num terreiro de umbanda. A liturgia era bem diferente da do consultório psiquiátrico, mas a primeira consulta era grátis. O preto velho disse que eu precisava desenvolver a minha mediunidade e me deu uma pedrinha bonita, que era pra eu levar comigo sempre, uma proteção, mas que perdi logo depois.
Em comparação com a idéia de tomar um remédio que me distanciasse do mundo e atenuasse quimicamente minhas dores de consciência, desenvolver a mediunidade me pareceu válido. Mais por considerar todo aprendizado legítimo como forma de gastar a vida, do que por adivinhar o que estaria implicado naquelas palavras. Mas não fui muito além nesse processo também.
Semana que vem vou num culto evangélico neo-pentecostal. Talvez um exorcismo simples e direto resolva melhor minha situação. Só não sei como é a tabela de preços por lá.
Nunca fui bom pra perguntas de sim ou não. Pior ainda quando são sobre o que sinto ou o que penso. Também nunca confiei em médicos. "Pensar em suicídio no sentido de algo que eu já vi acontecer perto de mim?, no sentido de um desejo, de uma possibilidade, de uma meta?, no sentido do último reduto do meu livre arbítrio?" - eu pensei, mas não existiam essas possibilidades no formulário. Pensei também se existia alguém que não se sentisse desvalorizado nessa sociedade de consumo. Enfim, foda-se. Sim ou não.
Custou caro a consulta, mas ganhei uma amostra grátis de Prozac. Parecia justo. Já no meio da caixinha, sentia que aquelas cápsulas retardavam meu tempo de reação pra vida. Alguém dizia alguma coisa, e eu tinha uma resposta, mas minha boca demorava a se mover. Era uma forma de evitar a impulsividade (vantagem pros destrambelhados, cujo primeiro ímpeto, em geral, não é o mais brilhante), mas minha mente permanecia ansiosa. Não curti a onda e parei com aquilo antes que aprendesse a gostar.
Em outra ocasião fui num terreiro de umbanda. A liturgia era bem diferente da do consultório psiquiátrico, mas a primeira consulta era grátis. O preto velho disse que eu precisava desenvolver a minha mediunidade e me deu uma pedrinha bonita, que era pra eu levar comigo sempre, uma proteção, mas que perdi logo depois.
Em comparação com a idéia de tomar um remédio que me distanciasse do mundo e atenuasse quimicamente minhas dores de consciência, desenvolver a mediunidade me pareceu válido. Mais por considerar todo aprendizado legítimo como forma de gastar a vida, do que por adivinhar o que estaria implicado naquelas palavras. Mas não fui muito além nesse processo também.
Semana que vem vou num culto evangélico neo-pentecostal. Talvez um exorcismo simples e direto resolva melhor minha situação. Só não sei como é a tabela de preços por lá.
19 outubro 2009
discurso paralelo
Eu escutava inquieto o discurso da senhorita, minha coleguinha de curso, que explicava aos pais presentes, provavelmente leigos em assuntos acadêmicos, o quanto ela tinha aprendido no buteco do postinho nas quintas-feiras.
Ah, quantas lembranças... Quantas vezes ela teve de ensinar aos menos instruídos que o diploma que ela receberia naquela noite não era de "ciências políticas", ora vejam só, mas de Ciência Política, sem plural. Afinal, quem é do ramo sabe que ciência é uma só e política não é senão aquilo que ela tinha aprendido, entre uma e outra descoberta juvenil.
Enquanto ela falava, eu repassava mentalmente um discurso paralelo, mais ou menos o seguinte:
"Membros da mesa, colegas formandos, aquele abraço. Primeiramente, eu queria agradecer a Deus por ter me colocado numa boa família que, a muito custo, pagou os melhores colégios particulares caros para que eu tivesse o privilégio de estudar numa Universidade pública gratuita.
Agradeço também à UnB, que carimba de mérito o nosso passaporte para a vida adulta, tornando-nos distintos de todos aqueles que são explorados para que estejamos bem colocados nesta sociedade desigual.
Saúdo o movimento estudantil, a paridade nas eleições do reitor. E se a reputação desta Universidade tiver de ser jogada no lixo com cobranças indevidas de cerimonial e desvio de dinheiro destinado a pesquisa, que ao menos seja jogada numa lixeira de mil reais.
Para encerrar, senhor presidente, deixo aqui um beijo molhado para aqueles que tem pouca familiaridade com a palavra ironia. Obrigado".
Ah, quantas lembranças... Quantas vezes ela teve de ensinar aos menos instruídos que o diploma que ela receberia naquela noite não era de "ciências políticas", ora vejam só, mas de Ciência Política, sem plural. Afinal, quem é do ramo sabe que ciência é uma só e política não é senão aquilo que ela tinha aprendido, entre uma e outra descoberta juvenil.
Enquanto ela falava, eu repassava mentalmente um discurso paralelo, mais ou menos o seguinte:
"Membros da mesa, colegas formandos, aquele abraço. Primeiramente, eu queria agradecer a Deus por ter me colocado numa boa família que, a muito custo, pagou os melhores colégios particulares caros para que eu tivesse o privilégio de estudar numa Universidade pública gratuita.
Agradeço também à UnB, que carimba de mérito o nosso passaporte para a vida adulta, tornando-nos distintos de todos aqueles que são explorados para que estejamos bem colocados nesta sociedade desigual.
Saúdo o movimento estudantil, a paridade nas eleições do reitor. E se a reputação desta Universidade tiver de ser jogada no lixo com cobranças indevidas de cerimonial e desvio de dinheiro destinado a pesquisa, que ao menos seja jogada numa lixeira de mil reais.
Para encerrar, senhor presidente, deixo aqui um beijo molhado para aqueles que tem pouca familiaridade com a palavra ironia. Obrigado".
02 setembro 2009
hoje acordei com os dois pés esquerdos
Foi quando ele julgava que não tinha mais nada a perder que lhe tomaram tudo que lhe restava.
27 maio 2009
seria cômico se não fosse comigo
"Meus amigos dizem que não há pessoa que me compreenda. O que não deixa de ser mentira. O fato é que quem me compreende geralmente prefere não ser meu amigo".
- Disse o incompreendido.
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