“O paraíso é aqui” foi a expressão utilizada por Américo Vespúcio, em 1503, para descrever Fernando de Noronha, no primeiro registro histórico de presença humana na ilha. O naufrágio de uma das naus da “Segunda expedição exploradora” nas proximidades do arquipélago parece não ter abalado o senso estético do navegador de Florença.
No entanto, por mais de um século, a ilha não teve ocupação ordenada, sendo usada eventualmente como entreposto e pit stop por navegadores perdidos ou piratas da região do Caribe.
Foi apenas em 1737 que a Coroa portuguesa, após tentativas frustradas de invasão de ingleses, holandeses e franceses, finalmente iniciou a ocupação definitiva da ilha por seu valor estratégico na defesa nacional.
A ilha, que já foi presídio, hoje vive do turismo ecológico, elevada à categoria de Patrimônio Mundial pela Unesco por conta da biodiversidade marinha e dos diversos institutos de pesquisa sediados ali. Golfinho rotador, baleia jubarte e tartaruga marinha são algumas das espécies estudas.
Pelo seu status de Parque Nacional, são muito restritas atividades econômicas de qualquer natureza, em especial agricultura e pecuária, o que encarece ainda mais o custo de vida no local, já elevado pelo alto custo do transporte oriundo do continente e pela pressão dos dólares do turismo internacional.
O espaço limitado e as regras rígidas para construção e permanência na ilha tornam a moradia um dos principais problemas do local. As pessoas sem educação formal, em geral descendentes de presidiários, militares e pescadores, são as mais afetadas pela dificuldade de adequação aos procedimentos burocráticos exigidos.
O foco do documentário "Ilhados", gravado durante um mês em Noronha, foi a vida dos moradores, as dificuldades e os motivos de permanência na Ilha, geralmente esquecidos pelos turistas (por motivos até compreensíveis) e por outras reportagens, geralmente focadas na beleza do lugar e na exuberância da vida marinha.
Uma produção Projeto Viramundo: João Queirolo, Camilla Shinoda, Cauê Maia, Leonardo Feijão, Melissa Mustefaga, Rebeca Damian.
2 comentários:
E até hoje eu não vi!
summer 2010
aguarde
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