Existe uma filosofia de parachoque de caminhão que diz que a existência consciente, por si, é fonte de sofrimento.
Nesse contexto, a hipótese do direcionamento do foco dessa dor seria a maior liberdade possível ao ser humano que se encontra relativamente distante da esfera da escassez e da miséria.
Assim, considerando as condições biológicas para a manutenção da vida (determinantes no elenco de prioridades das atividades humanas), a dor de amor poderia ser considerada um indício de que as necessidades elementares (como a alimentação) estão satisfeitas.
Seria outra forma de dizer que quem ama é porque não passa fome, pois a barriga cheia vem primeiro, o resto mais tarde. Em outras palavras: o rango no bucho, depois o coração desperto. Ou ainda: quem sofre por estômago vazio não tem tempo pra ocupar o coração.
É claro que a amplitude e as consequências do sofrimento amoroso são insondáveis, mas, entre elas, a falta de apetite é um dos sintomas mais comumente reportados em situações de ausência do objeto amado. Existem registros na história, inclusive, de morte por inanição decorrente de dores de amor.
A equação se complica ainda mais quando se considera o tempo necessário para o surgimento do amor em oposição ao tempo que resiste o corpo humano antes que morra de fome.
Maiores estudos já estão em curso.
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